BIM é um método constitutivo de projetos, onde o modelo gerado não é apenas 2D, mas também tridimensional. Além disso, transmite informações contidas nesse modelo.
Significa Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção. Esse termo foi proposto em um artigo dos professores G.A Van Nederveen e F. Tolman no ano de 1992.
Por que a metodologia BIM é importante?
Ela possibilita uma nova maneira de projetar quando organizamos nela todas as informações necessárias para uma obra. Por exemplo, detalhes quantitativos de orçamento e de prazos, os materiais usados, e as fases do projeto. Todo o ciclo de vida de uma construção é documentado de forma assertiva nesse modelo, a fim de gerar menos erros durante o processo de realização de um projeto.
O sistema BIM pode ser levado para diversas áreas da engenharia e arquitetura. Com ele, é possível projetar casas, prédios, etc. E projetos complementares também podem ser modelados e monitorados em BIM: a parte de cálculos, de estrutura, de elétrica e hidráulica, de orçamento, de prazos e até de manutenção pós-obra. Todos esses elementos se juntam em um único modelo de disciplinas compatibilizadas pelo arquiteto/engenheiro. A metodologia BIM engloba, então, todas as áreas da construção civil.
Quando se fala em arquitetura, o mais importante é o projeto executivo que precisa ser bem elaborado. Através dele, é possível compatibilizar outras disciplinas dentro do projeto arquitetônico. Por exemplo, se for algo focado na parte de estrutura ou de instalação elétrica/hidráulica, há uma percepção de todas as intervenções que vão acontecer na parte estrutural, já que toda informação a respeito está contida ali. É uma pequena construção modelada em uma tela, de forma virtual.
O confronto existente entre as disciplinas e os quantitativos gerados se tornam mais previsíveis. Um erro na modelagem da obra pode causar falhas no orçamento e no prazo, algo que acaba prejudicando o projeto como um todo.
Quem precisa do BIM?
Essa metodologia é muito importante para os profissionais da área de construção civil e isso engloba engenheiros, arquitetos e técnicos. A cada dia, o mercado exige esse tipo de conhecimento, já que é uma ferramenta que auxilia na redução do tempo e do custo de uma obra. Para quem constrói, é interessante ter os projetos redondos e bem pensados. BIM proporciona esse benefício aos usuários.
Ela também serve para design de interiores?
Sim. Pois é possível modelar todo o detalhamento de um projeto de interior. Pequenos detalhes, por exemplo, um rodapé, ou mensurar a iluminação de uma área específica, criar texturas e gerar uma imagem realista de um espaço. Com o projeto todo modelado, podemos em poucos minutos extrair quantitativos e imagens por meio do programa Revit, que é um software que nos permite ter acesso a recursos de renderização de perspectivas e quantificação do modelo de um projeto de interiores.
Quais outros softwares trabalham com a Metodologia BIM?
Dentro da metodologia BIM existem alguns softwares que permitem ao profissional trabalhar estruturas e processos complementares. No caso da arquitetura, além do Revit temos o Archicad, Vectorworks, MicroStation, dentre outros.
Mas antes deles, a ferramenta mais utilizada era o Autocad que permite criar desenhos em 2D. Na época, a vantagem era tornar digitais as plantas e elevações e assim facilitar a cópia do desenho da base da arquitetura para desenvolver outros projetos, além da possibilidade de enviar arquivos por meio digital. Acabou, assim, a necessidade de fazer tudo no papel e isso tornou o processo de criação mais ágil.
Para fazer a volumetria em 3D, existem outros programas como o 3D Max e SketchUp. Mas não é possível inserir informações neles e extrair os dados quantitativos destes modelos. Por esse motivo, podemos dizer que não são programas completos, ao contrário do Revit que permite a execução de todos os processos de um projeto.
Que tipos de informações são geradas no Revit?
Se eu modelar uma casa, por exemplo, e precisar de informações sobre as camadas de uma parede (tijolo de concreto, reboco, chapisco, massa corrida, selador e a pintura), a ferramenta permitirá saber as especificações e a parte quantitativa, ou seja, o quanto será preciso de cada coisa em uma obra. Se falarmos sobre tinta, é possível saber quais tipos serão utilizados, quais as cores dessas tintas, quantos litros de cada uma, e o preço total. Se no final eu decidir alterar o tamanho de uma parede, seja aumentando ou diminuindo a altura dela, os quantitativos serão atualizados de forma automática e sem nenhum erro.
Atualmente, todos os arquitetos já utilizam a metodologia BIM?
Não. A partir da década de 90, seu uso começou no meio da arquitetura e da construção, mas, no Brasil, só agora tem se difundido de modo mais rápido. Os programas que trabalham com BIM precisaram de uma grande evolução para atender a todos os requisitos necessários, pois são muitas informações. Além disso, os próprios profissionais da área tiveram que conhecer e se adaptar, já que se trata de um programa complexo. São necessários anos de estudos e prática para se atingir um entendimento pleno. Por essa razão, acontece certa demora até uma pessoa começar a utilizar BIM. Mas o mercado sabe o quanto o programa é importante, então os profissionais acabam levando para suas realidades.
Existe alguma mudança recente na legislação referente à metodologia BIM no Brasil?
Sim, o decreto número 10.306, publicado no dia 02 de abril de 2020, estabelece que a partir de 2021 e até 2024, os projetos de construção contratados por órgãos e entidades públicas federais terão de ser desenvolvidos progressivamente dentro da metodologia BIM.
Então, se na esfera pública já existe a visão de usar BIM para ser mais assertivo, imagine como estão as empresas privadas diante deste cenário... Na construção civil, os projetos são trabalhados dentro da margem de lucro. Se um profissional consegue reduzir os erros e fazer uma obra mais barata, consequentemente os ganhos serão maiores. A metodologia BIM possibilita tudo isso.
Além de um projeto executivo mais detalhado, essa mudança representa a expansão do mercado de trabalho para os profissionais que possuem o conhecimento da metodologia BIM.
E o que uma pessoa deve fazer para aprender a utilizar a metodologia BIM?
Existem diversas empresas que oferecem cursos e treinamentos presenciais. Também é possível estudar pela internet, assistindo a vídeos no Youtube que ensinam sobre a utilização da BIM. Mas o importante mesmo, é colocar esse aprendizado em prática de desenvolvimento. Uma pessoa pode até entender a parte teórica, mas se não colocar aquilo em prática, será muito difícil assimilar de verdade o programa.
Eu ofereço o Curso Revit para Interiores, onde a metodologia é a prática mesmo. É voltado para arquitetos e designers, e apresento todo o desenvolvimento de um modelo (um loft), onde o primeiro passo é criar os elementos construtivos (piso, parede, estrutura, as vigas metálicas e de concreto). Depois dessa demonstração, os alunos desenvolvem em seus micros. Aos poucos, vamos recheando esse modelo e vou explicando cada item e como ele é configurado. Por exemplo, os detalhes de uma parede, os detalhes de um piso, como é feita a colocação de revestimento, etc. Então, o exercício é sempre assim: apresentação do desenvolvimento e aplicação por parte do aluno. E em caso de dúvidas, conversamos pelo Whatsapp ou durante as lives da turma. Sempre colocando cada coisa aprendida em prática.
Ao final, é esperado que o aluno consiga desenvolver um espaço/ambiente com todos os elementos necessários para criar um projeto executivo. São 10h de aulas online e mais 10 horas em que os participantes praticam tudo em seus próprios micros. Um total de 20 horas.
Qual é o primeiro passo para quem deseja fazer o seu curso?
É só se inscrever para a primeira aula, que é grátis. Começamos novas turmas todos os meses.